Ontem passaste um bocado não? A voz do meu amigo imaginário ecoou a noite toda na minha mente.
Passei-me, é verdade. Mas não achas que tinha razão?
Há uns tempos levei para casa dos meus pais um cão para fazer companhia a um outro, já com nove anos. Vocacionado para a caça, no outro dia, o canito “atacou” as galinhas da vizinha.
Para mim o grave é a vizinha ter um galinheiro junto à casa, em plena malha urbana. Para os meus pais o grave foi o cão ter atacado as galinhas.
A vizinha decidiu então pedir 100 euros pelo estrago. O meu avô pagou e depois eu ouvi o devido sermão.
A mim se me pedissem 100 euros corria-os a tiro de caçadeira. 100 euros?
- Como provar que foi o meu cão que atacou o galinheiro?
- Como é que é possível um vizinho ter galinhas em plena cidade?
Para mim a segunda pergunta é a fundamental e, como tal, penso que devíamos apenas um pedido de desculpa à senhora, mas mais nada.
Fiquei transtornada com este assunto e passei-me. A mim parece-me que o problema é ter sido EU a levar o cão lá para casa quando não vivo mais lá e isso deixa-me muito triste.